Quarta-feira, 7 jun 2023 - 09h47
Por Rogério Leite
Cumprindo parte de um experimento da NASA, o cientista Joseph Dituri, de 55 anos, completou 99 dias em uma cápsula imersa nove metros abaixo do Oceano Atlântico. A missão é pesquisar o comportamento humano em um ambiente pressurizado e segundo ele já rejuvenesceu cerca de uma década desde que começou o experimento.
Joseph Dituri, antes e 90 dias após ter iniciado o experimento de confinamento a nove metros de profundidade. Nos próximos dias, Dituri deverá bater o recorde mundial de tempo em ambiente submerso, ultrapassando a permanência anterior de 73 dias. Em seu laboratório aquático o cientista testa novas tecnologias que deverão ser usadas pela NASA em futuras missões a Marte, entre elas os tratamentos para reverter a perda muscular e até mesmo diminuir a taxa de envelhecimento. De acordo com o diário de bordo, Dituri cumpre regularmente uma rotina calculada de exercícios, além de trabalhar 1 hora por dias durante cinco dias por semana. “Estou conseguindo manter a massa muscular, mas a rotina pra fazer isso é simplesmente insana", afirmou o pesquisador. “Os números mostram que meu metabolismo aumentou e meu corpo ficou mais magro".
Laboratório onde joseph Dituri faz exercícios e pesquisas a nove metros de profundidade.
Os telômeros são estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e DNA, que formam as extremidades dos cromossomos. Sua principal função é impedir o desgaste do material genético, mas com o tempo essas estruturas encurtam. Pesquisas atuais mostram que os telômeros também sofrem desgastes após viagens espaciais, daí a importância dos estudos de Dituri. Outro dado interessante revelado é que agora Dituri tem até 10 vezes mais células-tronco do que quando entrou em seu casulo. Comprovou-se também que o cientista - que também é oficial da marinha americana - experimenta entre 60% e 66% a mais de sono REM profundo todas as noites, além de ter os marcadores inflamatórios reduzidos pela metade e redução de 72 pontos no nível do colesterol. Joseph Dituri é oficial da Marina dos EUA, pesquisador na área de ciências biomédicas e Ph.D. em ciências da Computação. Atualmente é responsável por coletar dados biológicos sobre si mesmo, confinado a nove metros de profundidade. De acordo com cientistas que monitoram o experimento, as mudanças observadas na saúde de Dituri ocorrem devido à pressão no ambiente, em um processo similar ao das câmaras hiperbáricas, que melhoram o fluxo sanguíneo, o metabolismo e a microestrutura cerebral. Isso tem reflexo positivo nas funções cognitivas, físicas, sono e marcha.
Segundo o estudioso, ir a Marte pode levar mais de 200 dias e nesse tempo a perda de massa muscular será inevitável. "É fundamental chegar lá em boa forma. Até a musculatura dos olhos tende a diminuir e você chegar lá sem enxergar nada. Nosso objetivo é saber como diminuir essa perda muscular, seja com exercícios diários ou medicamentos que deverão ser desenvolvidos", explicou Dituri. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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