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Quarta-feira, 27 abr 2022 - 10h07
Por Rogério Leite

Estudo revela que todos os blocos de DNA e RNA chegaram à Terra por meio de meteoritos

Cientistas da Universidade de Hokkaido, Japão, confirmaram terem encontrado todos os principais blocos de construção do DNA em rochas espaciais, sugerindo que os impactos cósmicos podem ter ajudado a fornecer esses ingredientes vitais da vida à Terra antiga.

O DNA é feito de quatro blocos de construção principais, nucleobases chamadas adenina (A), timina (T), citosina (C) e guanina (G). A molécula irmã do DNA, o RNA, também usa A, C e G, mas no lugar da timina usa o uracil (U). Até agora, os cientistas haviam encontrado apenas A e G em rochas espaciais, mas só agora puderam detectar a presença de A e G em objetos vindos do espaço.

Nucleobases vêm em dois "sabores", conhecidos como purina e pirimidina. As nucleobases vistas anteriormente nos meteoritos são do tipo purinas, cada uma construída de uma molécula hexagonal fundida com uma molécula pentagonal. As que faltavam serem detectadas nas rochas espaciais eram as pirimidinas, estruturas menores feitas de apenas uma molécula hexagonal.

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Durante muito tempo foi um mistério para os cientistas entenderem por que apenas purinas, mas não pirimidinas, eram encontradas em meteoritos. Experimentos de laboratório anteriores, que simulavam as condições no espaço sideral, sugeriam que tanto as purinas quanto as pirimidinas poderiam ter se formado durante reações químicas desencadeadas pela luz dentro de nuvens moleculares interestelares, e que os compostos poderiam ter sido incorporados em asteroides e meteoritos durante a formação do sistema solar. Segundos os estudiosos, tais reações químicas também poderiam ter acontecido diretamente dentro das rochas espaciais.

Agora, os cientistas finalmente conseguiram detectar todas as pirimidinas e purinas encontradas no DNA e RNA nos meteoritos que chegaram à Terra.

“A presença das cinco nucleobases primárias em meteoritos pode ter uma contribuição significativa para o surgimento de funções genéticas antes do início da vida na Terra primitiva”, disse o principal autor do estudo, Yasuhiro Oba, astroquímico ligado à Universidade de Hokkaido, no Japão.

Para confirmar a descoberta os pesquisadores empregaram técnicas analíticas de última geração, originalmente projetadas para uso em pesquisas genéticas e farmacêuticas para detectar pequenas quantidades de nucleobases, até uma faixa de partes por trilhão. Isso é pelo menos 10 a 100 vezes mais sensível do que os métodos anteriores que tentaram detectar as pirimidinas nos meteoritos, disse Oba.


Meteoritos chaves
Durante os estudos, os cientistas analisaram amostras de três meteoritos ricos em carbono, ou carbonáceos, em que trabalhos anteriores sugeriram que poderiam ter hospedado os tipos de reações químicas que criaram nucleobases – os meteoritos Murchison, Murray e Tagish Lake.

Os pesquisadores detectaram T, C e U em níveis de até algumas partes por bilhão dentro dos meteoritos. Esses compostos estavam presentes em concentrações semelhantes às previstas por experimentos que replicavam as condições que existiam antes da formação do Sistema Solar. Além dos compostos cruciais T, C e U, os cientistas também encontraram outras pirimidina não usadas no DNA ou RNA, o que comprova ainda mais a capacidade dos meteoritos de transportar esses compostos.

"Devido às nossas descobertas, podemos dizer que as nucleobases também mostram grandes variedades em meteoritos carbonáceos", disse Oba.

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