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Quinta-feira, 27 jul 2023 - 11h09
Por Rogério Leite

Foguete Falcon 9 sobe, ioniza o ar e cria enorme buraco na alta atmosfera

O lançamento de um foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, criou um fenômeno ótico bastante diferente dos observados normalmente. Enquanto ganhava altura, o foguete abriu um buraco na alta atmosfera, deixando para trás um enorme rastro de luz vermelho-sangue, semelhante a uma aurora.

Intensa ionização da ionosfera causada pela pluma de exaustão de um foguete Falcon 9, vista a partida do Arizona, EUA. AO fundo, a Via Láctea. Crédito da imagem: Jeremy Perez.<BR>
Intensa ionização da ionosfera causada pela pluma de exaustão de um foguete Falcon 9, vista a partida do Arizona, EUA. AO fundo, a Via Láctea. Crédito da imagem: Jeremy Perez.

O Falcon 9 foi lançado a partir da base militar de Vandenberg, na Califórnia, em 19 de julho de 2023, tendo a bordo 15 satélites de comunicação do tipo Starlink. Devido ao horário de lançamento, a pluma de exaustão foi iluminada pela luz solar, criando um espetáculo impressionante que pode ser visto na Califórnia e em partes do Arizona.

Embora o reflexo solar na pluma de exaustão seja um fenômeno conhecido por causar efeitos óticos interessantes, o que se seguiu foi ainda mais impressionante. Depois que o foguete cruzou o céu, um brilho fluorescente vermelho se expandiu na direção sul e cruzou com a Via Láctea, produzindo um brilho vermelho fluorescente. Segundo observadores, o show de luzes durou cerca de 20 minutos.

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De acordo com estudiosos, a incomum luz vermelha foi o resultado da perturbação da ionosfera, onde os gases são ionizados e se transformam em plasma. A ionosfera é uma das camadas atmosfera alta e se estende entre 80 e 650 acima da superfície. Segundo a NASA, esta fluorescência é um fenômeno já conhecido, mas nunca havia produzido uma luz tão intensa quanto a desse evento.

Buracos Atmosféricos
Os buracos ionosféricos são criados sempre que o segundo estágio de um foguete queima combustível entre 200 e 300 km de altitude. Nesta região, o dióxido de carbono e o vapor de água presentes nos gases de escape do foguete fazem com que os átomos de oxigênio ionizados se recombinem e voltem a formar novas moléculas de oxigênio. Isso excita as moléculas e as faz emitir energia na forma de luz vermelha.

O fenômeno é muito similar ao modo como as auroras se formam, exceto pelo fato de que as luzes das auroras são causadas pela radiação solar que ioniza os gases, ao invés de recombiná-los. Os buracos atmosféricos não representam uma ameaça para as pessoas na superfície e em poucas horas se fecham naturalmente.

Efeitos Conhecidos
Desde 2005 os cientistas sabem que os foguetes podem desencadear esses efeitos. Naquela ocasião, um foguete do tipo Titan provocou fortes perturbações ionosféricas similares pequenas tempestades geomagnéticas, entretanto, com a proliferação de lançamentos da SpaceX, o fenômeno está se tornando cada dia mais comum.

Em 2017, um foguete Falcon 9 da SpaceX criou um buraco atmosférico cerca de quatro vezes maior que o estado da Califórnia, o maior já registrado até agora. Em 2022, outro foguete Falcon 9 abriu um enorme buraco sobre a costa leste dos EUA, ionizando o ar e criando luzes vermelhas vistas desde Nova York até as Carolinas. Durante esse evento, muitos observadores pensaram se tratar de auroras boreais.

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