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Sexta-feira, 22 jan 2021 - 10h10
Por Rogério Leite

Imagem de satélite mostra intensa tempestade de poeira na África

É bastante comum os fortes ventos levantarem poeira rica em minerais no centro norte da África, que muitas vezes viajam em direção à Amazônia. Entretanto, estudos mostram que nem sempre toda a poeira segue esse caminho e caem muito antes de fertilizarem nossas florestas.

Imagem: Tempestade areia e poeira vista pelo satélite de sensoriamento remoto NOAA 20. Crédito: Lauren Dauphin, NASA EOSDIS LANCE,Suomi National Polar-orbiting Partnership.<BR>
Imagem: Tempestade areia e poeira vista pelo satélite de sensoriamento remoto NOAA 20. Crédito: Lauren Dauphin, NASA EOSDIS LANCE,Suomi National Polar-orbiting Partnership.

Frequentemente, os ventos levantam grande quantidade de poeira, que se afunilam através de fendas existentes nos maciços de Tibesti e Ennedi e também através da Depressão Bodélé, o ponto mais baixo no Chade, formada quando o maior lago da África, o mega-lago Chade, secou há cerca de mil anos. Esses eventos são tão corriqueiros que as tempestades de poeira nublam os céus do antigo leito do lago cerca de 100 dias por ano.

Em 20 de janeiro de 2021, o satélite de sensoriamento remoto NOAA-20 passou sobre a região e através do instrumento VIIRS (Visible Infrared Imaging Radiometer Suite) registrou essa impressionante imagem, onde se vê claramente a poeira do Bodélé fluindo pela fenda nas montanhas à medida que passa por ela os ventos do nordeste.

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Essa poeira é composta principalmente por partículas de quartzo e os restos de antigas diatomáceas - organismos microscópicos que viveram no antigo Lago Mega Chade. Esse lago era muito grande e há 7 mil abrangia uma área maior do que todos os Grandes Lagos da América do Norte juntos.

Localização do Chade, no centro-norte da África, onde se localiza a Depressão Bodélé.
Localização do Chade, no centro-norte da África, onde se localiza a Depressão Bodélé.

Nutrientes para a Floresta
A poeira de Bodélé é de particular interesse para os cientistas porque as diatomáceas são ricas em fósforo, um nutriente essencial para o crescimento das plantas. Como a Depressão Bodélé é uma fonte abundante de poeira que costuma cruzar o Oceano Atlântico, os cientistas há muito tempo pensavam que esse material fertilizava os solos limitados em nutrientes da floresta amazônica. No entanto, pesquisas recentes sugerem que essa dinâmica não está totalmente certa.

Uma análise mais detalhada dos dados de vários satélites e modelos matemáticos indica que grande parte da poeira da Depressão Bodélé se deposita sobre o próprio continente africano ou é lavada na atmosfera pela chuva antes de chegar à América do Sul. Os pesquisadores descobriram que a maior parte da poeira que chega à Amazônia vem do deserto de El Djouf, situado na África Ocidental, mais precisamente na Mauritânia e no Mali, a 2500 quilômetros a oeste de Bodélé.

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