Segunda-feira, 20 ago 2012 - 07h26
Uma dos mais importantes instrumentos a bordo do jipe-robô Curiosity é a ChemCam, um verdadeiro laboratório geoquímico capaz de vaporizar rochas a 7 metros de distância com auxílio de um canhão laser. Esse feixe de luz é tão concentrado que sua energia equivale a 1 milhão de lâmpadas focalizadas na cabeça de um alfinete.
ChemCam significa Chemistry and Camera Instrument e combina dois dispositivos em um único equipamento. O primeiro é o LIBS (Laser-Induced Breakdown Spectrometer), um sistema laser de alta potência acoplado a um telescópio e um espectrômetro. O segundo é a câmera remota RMI (Remote Micro Imager). O propósito do LIBS é analisar as rochas e o solo marciano, enquanto o RMI tem a função de fornecer aos cientistas as imagens de alta-resolução das amostras observadas pelo LIBS. Quando em funcionamento, uma área previamente escolhida pelos pesquisadores é focalizada pelo instrumento e então recebe uma série de pulsos de laser de altíssima intensidade, que pode atingir até 10 megawatts por milímetro quadrado. Esses pulsos não podem ser vistos pelo olho humano e são emitidos no comprimento de onda de 1.067 mícrons, no espectro do infravermelho.
Sob intenso bombardeio energético os átomos do material analisado são excitados e emitem luz. Esses pulsos luminosos são captados pelo telescópio do instrumento e enviados para dentro do jipe-robô Curiosity onde são analisados pelo espectroscópio. Como cada elemento químico emite luz de comprimento de onda diferente quando aquecido, a composição química da rocha pode então ser determinada. Como exemplo, o cobre produz luz verde, o alumínio cor azul, o sódio amarelo, o lítio vermelho, etc. Ao realizar uma missão a Marte, o tempo é altamente precioso e usa-lo com eficiência é uma necessidade. Na era dos robôs Spirit e Opportunity eram necessários de dois a três dias para determinar a composição de uma rocha, já que o material precisava ser colhido e colocado dentro dos robôs para serem analisados. Agora, com a nova tecnologia laser não há necessidade de contato físico com a rocha, que pode estar até 7 metros de distância do instrumento. De acordo com a equipe da ChemCam será possível realizar cerca de uma dúzia de análises por dia, o que sem dúvida é um grande avanço para conhecer um pouco mais sobre a composição do planeta Vermelho. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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