Terça-feira, 31 mai 2022 - 09h33
Por Rogério Leite
A ilha de Manam, na costa nordeste de Papua Nova Guiné, é um dos vulcões mais ativos do Pacífico Sul. Recentemente, órgãos de monitoramento locais emitiram diversos alertas de atividade vulcânica ao mesmo tempo em que a assinatura infravermelha típica da lava era detectada no fundo da cratera pelo satélite Landsat 8.
Vulcão Manan, registrado pelo satélite Landsat em 22 de maio de 2022. No centro, a típica assinatura térmica indicativa da presença de lava. Ao redor, vemos três dos quatro vales formados por lavas de erupções passadas. Crédito: Landsat. Entre 17 e 19 de maio de 2022, o Centro Consultivo de Cinzas Vulcânicas de Darwin, na Austrália, emitiu alertas aeronáuticos internacionais, dando conta de que as plumas de cinzas vulcânicas ejetadas pelo Manan estavam atingindo mais de 2.4 km de altura. Alguns dias depois, em 22 de maio de 2022, o instrumento OLI (Operational Land Imager) a bordo do satélite de sensoriamento remoto Landsat 8 observou a típica assinatura infravermelha, indicando a presença de calor gerado por lava na cratera do cume sul de Manam. Essa cratera tem sido historicamente a mais ativa das duas crateras do cume, de acordo com o Centro Smithsoniano de Vulcanismo Global.
Manam é um estratovulcão, um tipo de vulcão conhecido por erupções explosivas que criam cones íngremes que dão a típica aparência aos vulcões. Desde 1616, frequentes erupções explosivas leves a moderadas foram registradas na montanha, geralmente seguidas pela produção de plumas de cinzas. Entretanto, erupções maiores ocasionais mais poderosas produziram lava e fluxos piroclásticos que chegaram à costa.
Com o tempo, esses vales criaram uma espécie de canalização para muitos dos fluxos piroclásticos e de lava gerados em erupções passadas, alguns deles penetrando no mar. No entanto, algumas erupções mais intensas transbordaram por cima dos vales e chegaram à áreas povoadas situadas nos flancos inferiores do vulcão. Em 2004, a maioria dos 9 mil moradores de Manam precisou ser evacuada durante uma grande erupção, mas desde então muitas pessoas retornaram às suas casas. Em 2005, uma possante erupção produziu enviou uma grande nuvem de dióxido de enxofre em direção ao oeste, atingindo a ilha da Nova Guiné.
A região do sudoeste do Pacífico – onde as placas tectônicas do Pacífico e da Austrália convergem – é uma zona tectônica extremamente ativa e complexa. Além disso, a presença de muitas microplacas significa que muitos tipos diferentes de limites tectônicos ocorrem nas proximidades. Nestas interfaces, as placas colidem, divergem ou mergulham umas pelas outras aqui.
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