Terça-feira, 2 ago 2022 - 09h34
Por Rogério Leite
TRAPPIST-1 é uma estrela do tipo anã-vermelha, situada a apenas 40 anos-luz da Terra. Ao seu redor giram sete planetas, quatro dentro da chamada "zona habitável". Para estudar melhor esses sistema, os cientistas apontaram para aquela região o poderoso telescópio recém lançado, com o objetivo de encontrar nas atmosferas planetárias possíveis sinais de água ou até mesmo sinais de vida.
Primeira imagem em infra vermelho do sistema TRAPPIST-1, feita pelo telescópio James Webb, em julho de 2022. De acordo com Olivia Lim, que estuda os planetas dentro da zona habitável, o objetivo inicial é verificar se TRAPPIST-1b, c, g e h têm de fato alguma atmosfera. Para fazer isso será empregada a técnica do trânsito planetário para detectar assinaturas espectrais de moléculas de dióxido de carbono, água e ozônio. "Os resultados de estudos como esses não apenas nos falarão sobre o TRAPPIST-1 e seus planetas, mas também podem nos ajudar a fazer suposições sobre outros sistemas solares e como procurar por sinais de vida", disse Lim.
Para a cientista, não detectar traços de atmosfera neste planetas não significa que um dia não a tiveram. No entender da pesquisadora, se ficar comprovado que suas atmosfera foram potencialmente removidas por explosões solares da estrela hospedeira, isso poderia ajudar a entender melhor sobre qual posição dentro dos sistemas solares seria mais provável de abrigar vida. TRAPPIST-1 é muito diferente do nosso Sol e os planetas orbitam tão perto dele que é provável que haja muitas surpresas durante os estudo deste sistema. “TRAPPIST-1 oferece uma oportunidade fantástica para testar o conceito de zona habitável fora do Sistema Solar”, disse o coinvestigador de um dos programas do James Webb que observará TRAPPIST-1h, Jacob Lustig-Yaeger.
Esquema de orbitas do Sistema TRAPPIST-1, composto de sete planetas, quatro deles dentro na zona habitável da estrela. Ao redor da estrela giram sete planetas possivelmente rochosos, batizados de TRAPPIST-b,c, d, e, f, g e h. Os dados revelaram que todos os planetas giram muito rapidamente em torno da estrela-mãe. TRAPPIST-B, por exemplo, leva apenas 36 horas terrestres para completar uma revolução. Os planetas G e B são aproximadamente 10% maiores que a Terra enquanto os menores D e H são 25% menores que o nosso planeta. De acordo com o estudo, os planetas E, F e G são os que têm maiores chances de manterem a água em estado líquido, pois possivelmente têm temperaturas médias semelhantes, respectivamente -22, -54 e -74 graus Celsius.
Todas as formas de vida precisam de moléculas de água para seu desenvolvimento, inclusive os extremófilos, que se formam e se desenvolvem em ambientes extremamente hostis (daí seu nome), com índices de umidade próximos à zero. Para Thomas Zurbuchen, administrador associado do Departamento de Missão Científica da NASA, "responder à pergunta se estamos sozinhos é uma prioridade científica em qualquer pesquisa e encontrar tantos planetas com este potencial é um passo notável na direção desse objetivo". LEIA MAIS NOTÍCIAS
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