O que você pensa sobre o programa espacial brasileiro? Está no caminho certo? Categoria: Satélites e Ciências Espacias
O Veículo Lançador de Satélites ou o VLS é uma família de foguetes desenvolvidos no Brasil com a finalidade de colocar um satélite na órbita da Terra.
Até agora, foram realizadas duas tentativas de lançamento, em 1997 e 1999 e nas duas oportunidades os responsáveis precisaram abortar a missão após o lançamento, acionando o sistema de autodestruição. Em 22 de agosto de 2003, o foguete VLS-1 V3 sofreu ignição prematura e explodiu na base de lançamento, matando 21 pessoas entre técnicos e cientistas.
Depois da explosão foram gastos mais de 3 milhões de dólares para que a Agência Espacial Russa apontasse as falhas ocorridas, culminando em um foguete totalmente revisado, que será lançado experimentalmente com apenas os dois primeiros estágios e sem carga útil. Apenas em 2012 será lançado o foguete completo com um satélite ainda a ser construído.
O que você pensa sobre o programa espacial brasileiro? Está no caminho certo? Porque a demora em construir um foguete se até mesmo o Paquistão e a Índia já o fizeram há mais tempo? É correto manter o programa nas mãos dos militares? Dê sua opinião!
Acho que o Brasil não tem uma política séria em relação a astronáutica. Aliás, não só com a astronáutica, mas em muitas outras áreas. Nossas máquinas de guerra, por exemplo, são muitas vezes motivo de piada até para países menores.
Bem, em minha opinião além da falta de uma política espacial séria o programa precisa de foco, apoio político incondicional, recursos, seriedade, determinação, boa gerencia administrativa e de "gente que faz". Desde que o mesmo foi criado, ficou definido que o PEB seria bi-polar, ou seja, os foguetes e a base de lançamento ficariam sob a responsabilidade da Aeronáutica e os satélites, os equipamentos correlatos e as pesquisas espaciais ficariam a cargo do INPE, órgão de pesquisa civil ligado hoje ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Posteriormente, foi criado a Agência Espacial Brasileira (AEB) para coordenar os esforços da Aeronáutica (leia-se CTA/IAE/IEAv) e do INPE e também visando uma melhor imagem junto a comunidade internacional que não via o PEB com bons olhos, devido a sua origem militar.
Acontece que a AEB, não coordena nada, é um órgão usado normalmente para apadriamento político e uma simples repassadora de recursos.
Já o programa do VLS tem suas falhas e pelo que sei tem se tentado resolvê-las, inclusive com apoio russo. No entanto, o grande problema do mesmo é o seu baixo grau de confiabilidade devido a sua concepção (acredito que os engenheiros aeronáuticos que freqüentem esse site possam explicar melhor esse problema) que não transmite a segurança necessária para torná-lo comerciável e confiável.
No entanto, partindo de pré-suposto de que mesmo cumprirá seu cronograma anunciado de lançamentos (2010, 2011 e o quarto vôo em 2014) a sua conclusão a meu ver servirá de plataforma para o desenvolvimento de tecnologias que ainda não dominamos. Abandoná-lo agora, não me parece ser viável, já que teríamos de começar tudo de novo.
Em minha opinião o que se tem de fazer nesse meio tempo é buscar maiores recursos humanos, tentar ampliar o acordo com os russos, implantar o banco de testes para motores líquidos de 400 kN, acelerar o desenvolvimento do motor a propulsão líquida L75, iniciar o desenvolvimento do motor a propulsão sólida P36, desenvolver urgentemente com o apoio dos russos o VLM e deixar tudo pronto para testar o VLS-1B por volta do primeiro semestre de 2016.
Na área de foguetes de sondagem existe a extrema necessidade de se aumentar o fluxo de vôos para proporcionar a comunidade científica brasileira uma plataforma de acesso ao ambiente de microgravidade com mais freqüência e também o retorno do desenvolvimento dos foguetes SONDA III-A e VS-43.
Quanto à atual parte comercial do PEB que é representada pela a empresa bi-nacional Alcântara Cyclone Space (ACS), infelizmente as previsões são negras, devido à mesma ter nascido sem o necessário planejamento estratégico que uma empresa como essa necessita e pela incompetência gerencial apresentada até o momento pelo senhor Roberto Amaral, que não para de ficar transferindo para os outros a sua incapacidade política gerencial.
Existem diversos empecilhos que dificultam a operacionalidade da empresa e os dois principais são a falta de um acordo de Salvaguardas Tecnológicas do Brasil com os EUA, caso o país queira ser competitivo no mercado internacional de lançamentos de satélites (já que 60% dos satélites hoje em dia lançados ao espaço são americanos ou tem componentes de origem americana e portanto estão sujeito ao veto dos EUA) e a existência de componentes sensíveis russos no foguete Cyclone 4 e nos equipamentos de lançamento correlatos que os ucranianos estão tendo sérias dificuldades de serem liberados, já que os russos não estão muito satisfeitos com esse acordo Brasil - Ucrânia.
Outro problema que poderá acontecer que não está sendo levado em conta pela mídia, é que devido ao alto teor de toxicidade do combustível que será empregado pelo Cyclone 4, as operações de lançamento do foguete poderão acabar virando uma onda de protestos por parte de ONGs nacionais e internacionais e até mesmo do Greenpeace.
Outra coisa que se tem de notar com relação a esse acordo Brasil - Ucrânia é que diferentemente ao que o senhor Roberto Amaral vem alardeando pela mídia o acordo não prevê qualquer transferência de tecnologia, nem mesmo de um simples parafuso. Na realidade é um acordo que prevê a participação do Brasil com a base de lançamentos e as obras civis correlatas e a Ucrânia com o foguete Cyclone 4 e os equipamentos de lançamento correlatos. Fora é claro os recursos e lucros divididos em partes iguais.
Entretanto, acabei de ler uma reportagem publicada na Revista Inovação em Pauta (Num. 4 - Págs: 25 a 27) intitulada “Brasil Desenvolve Tecnologia de Ponta para Satélites Nacionais”, onde se divulga que um dos objetivos do projeto “Sistemas Inerciais para Aplicação Aeroespacial (SIA)” é usá-lo no foguete Cyclone-4, já agora em seu primeiro vôo que está programado para 2010.
Se essa informação estiver correta, poderia significar que devido às restrições russas o Brasil está ajudando a Ucrânia a buscar soluções que certamente incluirão a participação brasileira na construção do foguete o que no futuro poderá ser muito interessante para a indústria brasileira. Será?
Será que é por isso que o senhor Roberto Amaral vive dizendo que haverá transferência de tecnologia quando o acordo assinado com os ucranianos não prevê essa possibilidade? Será que devido às restrições russas estão havendo discussões sobre compensações tecnológicas? Só o senhor Roberto Amaral pode responder a essas perguntas.
Já quanto à outra vertente do PEB (satélites e pesquisas espaciais) as coisas tem se apresentado um pouco melhor, mas com alguns resultados também muito ruins.
Existem bons exemplos como os projetos da Plataforma Multi-Missão (PMM), do Satélite Amazonia-1, do Satélite de Reentrada Atmosférica SARA suborbital, e dos CBERS 3 e CBERS 4 (que é o programa mais bem sucedido dentro do PEB) que encontram-se em desenvolvimento dos seus modelos de vôo.
E existem verdadeiras novelas globais capitaneadas por muito bla-blá-blá político e pouca ação. Estão nessa categoria o satélite Sabia-Mar (10 anos), o satélite SGB (7 anos), o MAPSAR (8 anos).
Existem também os chamados metamórficos, ou seja, aqueles que nasceram de uma forma e se transformaram em outra coisa. Estão nessa categoria o Amazônia-1 (antes chamado de SSR-1), o satélite científico Lattes-1 (SSR-2), o satélite científico Equars (que virou missão do Lattes-1) o satélite científico MIRAX (que virou também missão do Lattes-1).
Não podemos também deixa de lado os chamados vagalumes, ou seja, aqueles de que de tempos em tempos aparecem e somem. Estão nessa categoria a sonda de espaço profundo MCE (Monitor de Clima Espacial), o Satélite SCD-3 e o sistema Eco8-system de satélites.
Já quanto as pesquisas espaciais, o INPE e outras instituições brasileiras vêm se destacando internacionalmente nos últimos anos elevando o nome da Astronomia, Astrofísica e Astrobiologia Brasileira. Avanços esses que já foram abordados por diversas vezes aqui no Apolo11.com.
No entanto amigos, apesar das dificuldades continuo acreditando no PEB e sendo um ferrenho defensor da sua extrema necessidade de implantação para um país com as dimensão territoriais do Brasil.
Aproveito par convidá-los a visitarem pelo link abaixo o meu blog que é especializado na divulgação do PEB e da Astronomia, Astrofísica e Astrobiologia brasileira.
Algumas das repostas como: a demora do programa, pode ser respondido no meu post onde deixei um link para um video de uma palestra.Acho que o programa espacial brasileiro deveria ter mais recursos e o programa deveria estar nas mãos de civis.Ainda está no caminho certo, mas é preciso evoluir e não deixar o programa exclusivamente com os militares.Temos tudo para fazer um projeto nacional.
Na década de 50 o Brasil tentou imitar os Estados Unidos na arte cinematográfica, produzindo musicais semelhantes aos de Hollyood, as chamadas "chanchadas". Não podemos ficar a vida inteira imitando os outros. Cada país tem um dom. No nosso caso é o futebol e carnaval. Vamos deixar a conquista espacial para quem tem o dom, vamos investir no que é mais necessário para a população de nosso País.
Alô amigos do forum Apollo 11,segundo informações o Brasil é uma das maiores janelas de lançamentos de foguetes espaciais do mundo, já está mais do que atrasado o programa espacial do país por isso está sim no caminho certo.SEM MAIS DESSE AMIGO DE VôCES marraos
O Brasil não investe em direito em saúde, educação e segurança, como? Ele foi considerado pela "ONU" o país que mais investe contra a fome no mundo, por ai da para ver a situação dos outros país. Agora é claro não da para mudar a cabeça de pessoas que insistem em se drogar, brigar por causa de times de futebol ou até mesmo por causa de mulher, isso é questão de caratér e nenhum governo no mundo pode mudar isso. Acredito no Brasil, e o Brasil ja deu provas de sua superação ao mundo e viva os Jogos Olímpicos de 2016, aqui não tem pessoas so deste tipo tem pessoas muito capazes de lhe dar com um programa espacial também com certeza.
Não tenho dúvidas que o Brasil tem pessoal para fazer o programa brasileiro ir para a frente.Sobre a questão do astronauta brasileiro, aquilo foi jogada política.Viva os jogos olímpicos, hahahahaha, dá uma olhadinha nas notícias de hoje sobre o Rio de Janeiro, nossa política é vergonhosa em todas as áreas.
Eu estava lendo, concordo com o Victor (lá em cima, ele foi o segundo a comentar).
Se nossa tecnologia militar é tão ultrapassada e tão inútil, como vamos ter capacidade de produzir naves espaciais? E o Brasil também, sempre sendo apoiado por algum outro país, temos que nos levantar e ai sim poderemos dizer que somos independentes... Acorda Lula!
Incrível, tem big brother brasil toda hora e não se consegue achar espaço na mídia pra transmitir ao vivo um lançamento de um foguete... Que belo estímulo científico estamos dando para nossas crianças.
Apesar das pressões "ocultas", eu acredito que sim, senão não haveria preocupação de uma certa nação do norte manter navios estacionados próximos ao CLA na data do fatídico acidente que vitimou 21 técnicos.
É sabido que quem domina o lançamento de satélites, domina também a tecnologia de mísseis intercontinentais, daí a preocupação da tal nação lá de cima.
Mesmo com toda pressão externa e interna e a descrença dos maus brasileiros para quem o mundo é perfeito e só o Brasil não presta, eu acredito que chegaremos lá.
Até agora, só vi os criticos fazerem a crítica sem nenhum embasamento, enquanto os defensores, como é o caso do membro "Duda Falcão", falarem com conhecimento de causa e dados que defendem o seu ponto de vista.
Vamos melhorar os comentários galera.
Pra escrever besteira e em português errado e sofrível, melhor ficar só na leitura.
Quero parabenizar o sr. Duda Falcão que fez uma verdadeira defesa de seu ponto de vista. Escreveu com propriedade e conhecimento de causa, dando sequência ao debate proposto. Na sequência os posts perderam o rumo e fomos obrigados inclusive a apagar um deles, que falava de diamantes na Lua.
Não vamos desviar o rumo da discussão. O enunciado é "O que você pensa sobre o programa espacial brasileiro? Está no caminho certo?"
Há poucos dias, li uma reportagem na revista Época que dizia que a indústria brasileira está 30 anos atrasada. De fato faltam investimentos em pesquisa, faltam investimentos na educação de professores e alunos.
Vejam o exemplo da Coreia que investiu na educação a partir da década de 60: hoje, dominam a tecnologia de ponta.
O Brasileiro é inteligente e criativo e, se houver incentivos à pesquisa e valorização dos cientistas, aí sim, teremos condições de desenvolver um programa espacial com chances de sucesso.
Gotaria de ver este dia chegar. Mas, por enquanto, acho que não dá.
O Brasil é um país rico que poderia esta na frente de todas as potencias mundiais no programa espacial mais a corrupição e desvio de dinheiro de nossos politicos e a inrresponsabilidade de nosso povo que nao cobra do governo nada deixa o brasil atraz de países como china e india uma vergonha.
Sim acho que o brasil esta sim no caminho certo nosso povo e muito inteligente e copetente acho que o brasil assim que decolar de vez nesse projeto vai se destacar bem no programa espacial mais vamos com os pes no chao ainda ha muito pra se fazer.
Vi essa materia e achei muito interessante o brasil esta no rumo certo.
Uma parceria entre o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado em Parnamirim (RN) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) poderá garantir melhor desempenho nos lançamentos de foguetes. O receptor de GPS, projetado pelo professor Francisco Mota, do Departamento de Engenharia da Computação e Automação da UFRN, substitui as plataformas inerciais, que têm a função de informar a posição e a velocidade dos foguetes.
Patrocinado em 2004 pelo programa Uniespaço, da Agência Espacial Brasileira (AEB), o GPS – específico para artefatos espaciais – leva vantagem pelo baixo custo e pela alta precisão. “ Seu uso é uma tendência mundial e, por restrições de outros países, não tínhamos acesso à essa tecnologia”, comenta Mota. O GPS da UFRN custa apenas 10% do valor de um equipamento, caso fosse comprado no exterior.
O professor estuda a possibilidade de incorporar o novo sistema nos futuros lançamentos dos foguetes de treinamento – o segundo lançamento ocorreu nesta quarta-feira (21), às 17h no CLBI. “Os FTBs são mais frequentes, com condições mais dinâmicas e severas. O GPS seria um componente perfeito”, diz o professor.
O primeiro protótipo do GPS foi embarcado, em dezembro de 2007, no VS-30 durante a operação Angicos. Além da possibilidade do dispositivo ser utilizado nos FTBs, o equipamento, com software nacional, deve ser embarcado no lançamento do VSB-30.
Esperamos que continue assim, ajuda é sempre bom. Mas tenho um dúvida, os satélites do GPS não é comandado pelos EUA? Será que eles não podem bloquear o uso do sistema?
Minha opinião é que, infelizmente o Brasil tem uma repercurssão mundial enorme em "todos" os aspectos, mas nunca vi tal repercurssão sobre o programa espacial brasileiro, á não ser dos envolvidos no assunto..Então eu acho que falta mesmo é interesse do governo nesta área,que, como disse o Nando á alguns posts acima, é muita besteira que o Brasil dá atenção, quando não é novela e big brother é futebol, quando não é nenhum desses dois, o assunto do momento é política..Enfim, acho sim que poderiam dar uma atenção especial no programa espacial brasileiro, uma vez que o nome do nosso país só teve repercurssão mundial, quando o Pontes foi para ISS, e quando houve a tragédia de Alcântara....Abraçossss..
Eu que lhe agradeço pelo espaço, pela abertura no fórum desse tópico de suma importância para a área de ciência e tecnologia do país e pelo seu site que tem cumprindo magnificamente o seu objetivo. Aproveito para convidá-lo e a seus leitores a visitem pelo link abaixo meu blog que é especializado no PEB, na astronomia brasileira e nas ciências correlatas. O blog é um espaço de discussão livre sobre esses temas, sendo assim, estejam a vontade de comentar as suas opiniões quando assim desejarem.
Creio que voce tenha se dirigido ao Rogério, diretor do site Apolo11.
Muito útil sua explanação sobre o Programa Espacial Brasileiro, dos quais temos pouco conhecimento, pela falta de informação desse assunto na midia local.
Acho que o nosso programa espacial está "amarrado", desde o infausto acidente na Base de Alcântara em 2003, ceifando 21 vidas de técnicos e engenheiros especializados na área.
Pois é amigo, mas o problema é mais complexo e envolve o que eu já postei no meu comentário no começo do tópico, mas você tem toda a razão, o programa está amarrado mesmo e irá continuar dessa forma se o governo não procurar gestores devidamente preparados e incondicionalmente integrados com os objetivos do programa, deixando o blá-blá-blá de político de lado e meter a mão na massa. O que precisamos é de “Gente que Faz”, e não de políticos politiqueiros, encenadores de cena e incompetentes como o senhor Carlos Ganem e o senhor Roberto Amaral. Convido-o a visitar meu blog e se manter atualizado sobre o Programa Espacial Brasileiro pelo link:
Peço que leia as regras do Fórum antes de escrever.
O que isso que você escreveu tem a ver com o enunciado ou com as postagens anteriores? De que maneira suas palavras contribuiram com o fórum ou despertaram o interesse científico dos participantes?
Sugiro que dê uma olhada no Orkut. Ali tem diversas comunidades que com certeza acolherão suas palavras e onde o debate de assuntos cruzados pode fluir normalmente.
Atenciosamente, Rogério Leite Apolo11.com
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