Segundo a revista Science desta semana, uma equipe da Universidade Harvard uniu células-tronco embrionárias cultivadas em laboratório com as células adultas da pele. A descoberta poderia abrir caminho para encerrar a polêmica sobre a pesquisa com células-tronco, já que poderia tornar dispensável o uso de embriões humanos.
Especialistas na Grã-Bretanha fazem ressalvas, porém, dizendo que as células-tronco híbridas não são uma combinação perfeita.
'Moldadas'
As células-tronco podem ser "moldadas" em laboratório para que se tornem vários tipos de tecido do corpo humano.
Quando retiradas de embriões, essas células têm maior capacidade de multiplicação e são mais facilmente moldáveis para constituir qualquer tecido.
Os cientistas acreditam que as pesquisas sobre o tema poderiam proporcionar a cura de várias doenças, entre elas a diabete e o Mal de Parkinson.
"As células híbridas tinham a aparência, taxa de crescimento e várias das principais características genéticas das células embrionárias", afirmam os autores do estudo.
"Elas também se comportaram como células embrionárias, diferenciando-se em células dos três principais tipos de tecido que se formam num embrião em desenvolvimento."
Na opinião deles, a nova técnica "poderia contornar algumas das preocupações logísticas e sociais" que têm atrapalhado as pesquisas.
A técnica, porém, ainda deve levar anos para que possa ser utilizada nas pesquisas.
Um dos problemas das novas células-tronco híbridas destacados pelos especialistas é que, em vez dos habituais 46 cromossomos, elas possuem o dobro, 92.
Os autores do estudo ainda não sabem como remover os cromossomos adicionais indesejados.
BBC-Brasil