Rotação: 24.6 Horas
Translação: 687 dias
Diâmetro: 6794 km
Temp. Máxima: 20 C
Temp. Mínima: -140 C
Pressão atmosférica: - 92 bar
Luas: 2 - Phobos e Deimos
Composição da atmosfera: dióxido de Carbono, nitrogênio, oxigênio e monóxido de Carbono
Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas interiores (ou telúricos) no sistema solar. Situa-se entre
Terra e o Cinturão de Asteróides a 1.5 UA do Sol (UA= Unidade Astronômica e equivale à distância da Terra ao Sol, de 149.5 milhões de quilômetros).
Marte tem muitas afinidades com a Terra.
Assim como nosso planeta, tem um dia com uma duração muito próxima do dia terrestre e o mesmo número de estações durante o ano.
Marte, também tem calotas polares que contém água e dióxido de carbono gelados, um imenso desfiladeiro, planícies,
antigos leitos de rios secos e até mesmo um lago congelado, descoberto há não muito tempo.
Os primeiros observadores modernos interpretaram as mudanças superficiais do planeta de forma ilusória, que
contribuiu para conferir uma idéia quase mítica. Primeiro foram os canais, depois as pirâmides, o rosto humano esculpido e
a região de Hellas no sul de Marte que parecia que, sazonalmente, se enchia de vegetação.
Tudo isso levou a imaginar a existência de marcianos com uma civilização desenvolvida.
Hoje sabemos que pode ter havido água abundante em Marte e que formas de vida primitiva podem ter existido.
Superfície marciana
A superfície de Marte é composta principalmente por óxidos de ferro, o que confere ao planeta sua característica cor ocre-alaranjado.
A foto abaixo mostra uma imagem panorâmica feita pelo robô explorador Spirit em 13 de abril de 2005. Observe as marcas deixadas na superfície pelo explorador.
O ponto mais alto da superfície do planeta, e também de todo o sistema solar, é o Monte olimpo, um gigantesco vulcão com 24 km de altura e com uma cratera de 500 km de diâmetro.
Afastados dali, outros três vulcões apresentam altitudes de mais de 20 mil metros. Em suas proximidades destaca-se um gigantesco canyon com mais de 5 mil quilômetros de extensão com até 2 mil metros de profundidade. Em alguns pontos sua largura ultrapassa 400 km, como a região do Vale Marianers.
Um número elevado de crateras de impacto podem ser vistas na superfície de Marte, bem como vales que parecem leitos de rios secos.
As calotas polares de Marte apresentam variações nítidas e sistemáticas. No inverno, a camada de gelo de um hemisfério torna-se tão extensa que chega a meio caminho entre o polo e a linha do equador.
Com auxílios de radiômetros a bordo das sondas Mariner, astrônomos concluíram que a temperatura da superfície da calota é de -132 ºC. Como essa é a temperatura de condensação do CO2, conclui-se também que os polos são cobertos por gás carbônico sólido, ou seja neve carbônica.
Atmosfera marciana
Marte possui uma atmosfera bem menos espessa que a terrestre e é formada principalmente de de 50% de anidrido carbônico e vapor d'agua.
A quantidade presente de oxigênio é de 1 milésimo à existente na Terra.
Existe em Marte uma interação entre os elementos da atmosfera e da superfície.
Apesar da pouca pressão atmosférica (equivalente à 30 km de altura na Terra), os ventos podem ultrapassar 270 km/h e cobrir
toda a superfície com poeira.
Redemoinhos, como o da imagem ao lado, fotografado pelo robô Spirit, são comuns na superfície (clique para animar).
As estações do ano são semelhantes à nossa, e levando em consideração que o ano marciano tem aproximadamente o dobro
de dias que o ano terrestre, cada estação dura aproximadamente seis meses terrestres.
O clima equatorial marciano se assemelha ao de uma montanha alta em dia claro e seco, onde durante o dia o calor quase não é amenizado
pelas nuvens e neblina. Durante a noite, a irradiação do calor absorvido durante o dia é muito rápida, fazendo muito frio.
A amplitude térmica entre o dia e a noite são muito altas.
No Verão em Marte, a temperatura média atinge -36 ºC antes do nascer do dia.
Pela tarde, atinge os -31 ºC, por vezes a média pode chegar aos -4,5 ºC e são raras as temperaturas superiores a zero graus,
mas que podem alcançar os 20 ºC ou mais no equador.
No entanto, a temperatura mínima pode baixar até aos -80ºC.
No Inverno, as temperaturas caem até aos -130 ºC nos pólos e chega mesmo a nevar. Mas trata-se de neve carbônica,
já que o carbono é o principal constituinte da atmosfera.
A temperatura mais baixa registada em Marte foi de -187 ºC e a mais alta, em pleno verão e quando o planeta se
encontrava mais próximo do Sol, foi de 27ºC.
Satélites de Marte
Marte possui dois satélites: Fobos e Deimos. O mais próximo do planeta é Fobos.
Seu diâmetro equatorial é muito maior que o diâmetro polar, o que lhe confere uma aparência fortemente achatada.
O período de translação ao redor de Marte é de 7h40m e é o único satélite do sistema solar cujo período de translação é
menor que o de rotação. Isse é devido à grande proximidade do centro do planeta, de 9.400 km.
Deimos é mais afastado, situando-se a cerca de 23.500 km do centro de Marte e tem período de translação de 30h17m. Deimos também é menor que Fobos e tem aproximadamente metade de seu tamanho.
tanto Deimos como Fobos possuem forma irregular, se assemelhando à uma batata com aproximadamente 15 quilômetros.
Observando Marte
Marte é facilmente visível a olho nú e as condições de observação mais favoráveis são
quando distância entra a Terra e Marte é a menor possível. Isso ocorre dá quando a Terra está no afélio (maior diatância até o Sol)
e Marte no periélio (menor diatância até o Sol) e ambos na mesma direção e sentido em relação ao Sol.
Esse fenômeno ocorre a cada 17 anos dezessete anos, quando a distância entre eles é de cerca de 60 milhões de Km.
Com um pequeno telescópio é possível ver Marte e suas duas luas e observar até mesmo uma pequena fase do planeta. Ou seja,
em algumas ocosiões é possível notar uma região não iluminada do planeta. Como marte está numa óbita mais externa que a da Terra,
nunca há fase nova ou de quadratura, e a fase visível nunca se completa.
Exploração Espacial
Os russos foram os primeiros a enviar uma sonda à Marte, mas não obtiveram sucesso.
Logo em seguida os americanos fizeram a segunda tentativa e em 1965 enviaram a Marte a sonda Mariner 4,
que foi a primeira a tirar uma fotografia de baixa qualidade do planeta.
Os russos só obtiveram sucesso em 1974.
Em 20 de julho de 1976 a sonda norte-americana Viking I pousa na superfície marciana próximo à Chryse Planitia,
uma planície circular na região norte equatorial de Marte próximo à Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície.
Alguns meses mais tarde, em 3 de setembro, a sonda gêmea Viking II pousa na superfície do planeta, próximo à Utopia Planitia.
Durante anos estas duas sondas operaram continuamente até o esgotamento total das baterias.
Em 4 de julho de 1997 a sonda norte-americana Mars pathfinder pousa em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, com um pequeno
robô a bordo. Esse pequeno robô explorou e investigou diversas rochas e enviou à Terra mais de 16500 imagens, além de executar
aproximadamente 8.5 milhões de medições de pressão barométrica, temperatura e velocidade do vento.
No mesmo ano, em 11 de setembro, pousa no planeta a Mars Global Surveyor, com a missão de fotografar, em alta resolução,
a superfície do marciana.
No final de 2003, Agência Espacial Européia faz chegar à orbita marciana a sonda Mars Express que lança
em direção à superfície outro robô, que apresentou problemas e nunca chegou à enviar sinais. No entanto foi a sonda Mars Express que
fez uma das maiores descobertas, quando detectou os primeiros sinais de água na forma de um lago congelado.
Outras missões também foram bem sucedidas, entre elas as explorações dos robôs Spirit e de seu irmão gêmeo Oppontunity, em atividade no planeta desde Janeiro de 2004 e da sonda Phoenix, que desceu no planeta em maio de 2008 e explorou a geologia marciana por mais de 6 meses.
Fotos: No topo, impressionante foto do planeta Marte feita pelo telescópio espacial Hubble. A cena mostra com clareza a vastidão de Vale Marineris, com mais de 3 mil quilômetros de comprimento e 8 quilômetros de profundidade. Na sequência, visão panorâmica do planeta, captada pelo robô Spirit. Acima, redemoinho de vento é flagrado pela sonda Phoenix. Clique para ampliar. Créditos: NASA/JPL.